segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Doença de Alzheimer
A doença de Alzheimer (DA) pronuncia-se (AU-ZAI-MER) é uma doença degenerativa, progressiva que compromete o cérebro causando:diminuição da memória, dificuldade no raciocínio e pensamento e alterações comportamentais.
Definida por muitos como “mal do século”, “peste negra”, “epidemia silenciosa” etc. a DA é ainda pouco conhecida em nosso meio e tem efeito devastador sobre a família e o doente.
Tida como uma doença rara, conhecida erroneamente como “esclerose” pela população em geral, a doença de Alzheimer representa para a comunidade sério ônus social e econômico.
A DA pode manifestar-se já a partir dos 40 anos de idade, sendo que a partir dos 60 sua incidência se intensifica de forma exponencial. Existem relatos não documentados de DA aos 28 anos de idade.
Nos EUA, 70 a 80% dos pacientes são tratados em seus domicílios, demonstrando com clareza a importância da orientação para a família nas questões relativas aos cuidados e gerenciamento desses pacientes. O restante dos doentes está sob os cuidados de clínicas especializadas. 60% dos residentes em asilos apresentam alguma forma de demência.
Os sintomas mais comuns são: perda gradual da memória, declínio no desempenho para tarefas cotidianas, diminuição do senso crítico, desorientação têmporo-espacial, mudança na personalidade, dificuldade no aprendizado e dificuldades na área da comunicação.
O grau de comprometimento varia de paciente para paciente e também de acordo com o tempo de evolução da doença.
Na fase final o paciente torna-se totalmente dependente de cuidados.

ASPECTOS ECONÔMICO-SOCIAIS
Por ser uma doença crônica de evolução lenta (podendo durar até 20 anos) e somando-se o fato de que, nas fases avançadas, o paciente torna-se completamente dependente, incapaz por si só de alimentar-se, banhar-se ou vestir-se.
O impacto econômico sobre a sociedade é considerável.
Dados estatísticos demonstram que nos EUA, em 1986 foram gastos de 25 a 40 bilhões de dólares. Outras estimativas, como a de Stone, prevêem cifras astronômicas de 720 bilhões de dólares em 2030, baseando-se em 7% de inflação anual, com crescimento de 22% de população com mais de 60 anos.
Atualmente a DA custa a cada ano à sociedade norte-americana cerca de 100 bilhões de dólares, sendo que o governo arca com pouco mais de 10 bilhões.
Isto quer dizer que mais de 90 bilhões de dólares são gastos pelos pacientes e suas famílias em exames complementares e cuidados prestados diretamente ao paciente.
Cerca de 4 milhões e 500 mil de americanos, atualmente, são portadores de DA, que é responsável por 100.000 óbitos por ano sendo a quarta causa de morte em adultos.
Estima-se que no ano 2040, 12 a 14 milhões de americanos serão portadores de doença de Alzheimer.
O número de pacientes no Brasil é estimado em 1 milhão e 200 mil e de 18 milhões no mundo.
Em função do envelhecimento mundial global esse número aumentará dramaticamente e ,em 2025, serão 34 milhões de portadores sendo 2/3 em países em desenvolvimento.
Como se trata de doença que acarreta grande impacto no seio familiar e estimando-se em média 3 familiares direta ou indiretamente envolvidos, o número assustador de mais de 13 milhões de pessoas nos EUA são de alguma forma atingidos por essa verdadeira epidemia.
Devido a essa abrangência, a doença de Alzheimer ultrapassa as fronteiras da medicina, para se converter num problema de ordem econômico-social, com particular e especial repercussão no núcleo familiar.
No Brasil, não temos dados estatísticos concretos sobre a doença, porém podemos afirmar que a presença da doença de Alzheimer também é significativa em nosso país atingindo cerca de 1 milhão e 200 mil brasileiros.
Sabe-se que, a partir dos 65 anos, de 10 a 15% dessa população será afetada e que a partir dos 85 anos, praticamente a metade dos indivíduos apresentará a doença.
Sabendo que a família média brasileira é composta de 3 a 4 pessoas, somos remetidos a cifras assustadoras, uma vez que desse modo a doença de Alzheimer atinge direta ou indiretamente mais de 4 milhões de indivíduos no nosso pais.
Esse contingente enorme de pacientes indefesos e dependentes de cuidados diuturnos cresce constantemente e inexoravelmente devendo merecer especial atenção das autoridades responsáveis pela saúde pública.
Negar esses dados é negar a realidade.
As alterações geradas dentro da família são de tal dramaticidade que se impõe à necessidade urgente de se implementarem medidas de apoio, tanto para o doente como para seus familiares.
Ao contrário de certos países europeus e nos EUA, não temos planos para o enfrentamento dessa grave questão. Apenas algumas iniciativas tímidas e isoladas têm sido verificadas.
Só nos EUA existem mais de 1.000 grupos de suporte familiar oficiais e 207 associações com ações regionais.

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